tag:blogger.com,1999:blog-13402169841639318862024-02-06T22:31:51.931-04:00Retalhos e FrestasApenas uma fresta, estreitinha, pode te levar ao infinito. E apenas de retalhos pode ser feito um coração.Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.comBlogger52125tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-82657242273130832112014-03-01T00:57:00.002-04:002014-03-01T00:57:52.833-04:00Pretérito Mais-Que-Perfeito<div style="text-align: justify;">
Tenho inveja de gente mais velha que soube absorver da vida o que ela tem de melhor, o que não significa somente coisas boas. Existe um tipo de sapiência que não se extrai dos livros: ela está intrinsecamente ligada à experiência, ao dia-a-dia, à grande vereda que é a vida. Invejo pois, em minha juventude, anseio e aspiro poder chegar lá com a mesma bagagem que muitos exibem. Triste aquele que passa os dias sem perceber os detalhes fascinantes que compõem a teia diária, que não se surpreendem com a complexidade desse emaranhado de desejos, razões, mistérios, angústias e belezas que compõem o viver. Repudio os sempre felizes, que exibem sorrisos, que se gabam, que se julgam melhores, os que cantam sempre vitória, ao passo que exalto os que choraram, que se amedrontaram, que foram moídos, os rejeitados: esses sim possuem o valor que almejo guardar para enfrentar as vicissitudes da vida.</div>
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Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-7798335256372371282014-01-28T02:00:00.001-04:002014-01-28T02:00:16.920-04:00Sentido da VidaSentir o cheiro da manhã. Misturar o salgado com o doce. Sentar no terraço às 16:00. Ver os meninos brincando de bola. Rememorar os dias nunca vividos. Revirar os álbuns antigos. Mastigar as palavras. Degustar novos sabores. Brindar à vida. Se perder em ruelas. Descobrir pessoas. Compartilhar momentos. Retirar os sapatos após uma longa caminhada. Acordar e voltar a dormir. Ouvir o cair da chuva. Se esconder no cobertor. Cerveja com amigos. Enterrar os pés na areia. Ouvir o som do mar. Cinema e pipoca. Reler um bom livro. Encontrar uma ótima banda desconhecida. Encontrar dinheiro na roupa. Cafuné. Conhecer novas culturas. Chorar de rir. Pelada aos sábados. Falar com Deus. Ajudar um amigo. Fazer uma criança sorrir. Sonhar acordado. Terminar um jogo difícil. Fechar a prova. Abraços apertados. Banho quente. Piscina no calor. Falar em outro idioma. Provar novos sabores. Comer de madrugada. Passar vergonha bêbado. Ceia de natal. Abrir presentes à meia-noite. Domingo de família reunida. Viajar. Viajar. Viajar.<div><br></div><div>O bom da vida está nos detalhes.</div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-22842279032512341832013-07-30T10:32:00.001-04:002013-07-30T10:32:36.561-04:00Tons de verdeCerteza da vitória, certeza da salvação, certeza de benção. O cristianismo exposto nos púlpitos tem seguido a direção do mundo atual, que cada vez mais se distancia da verdade, confecciona ilusões e ludibria as massas. É fácil juntar pessoas com discursos de vida fácil e de melhora certa.<div><br></div><div>No entanto, infelizmente, esse falatório vai de encontro com tudo que encontramos na bíblia, afinal, Deus me parece preferir as incertezas. Tanto é que para segui-lo precisamos de fé, que é explicada como a certeza das coisas que não se vêem, o que por si só já nos parece algo meio incerto. Na realidade, o que mais encontramos no cristianismo é a esperança. Temos a expectativa de melhorar nossa vida material, espiritual, e principalmente, a esperança de um dia chegarmos ao lado de Deus. Certamente, não seria necessário fé se a vida com Deus fosse tão exata. Esta, então, seria apenas uma equação matemática.</div><div><br></div><div>Por isso, sempre tenho pé atrás quando escuto um cristão que fala no exato, no certo. Tenho receio quando vejo pessoas levantando a mão afirmando que 'tem certeza da salvação'. E lamento muito ver pessoas que realmente acreditam que a vida seja uma ciência exata.</div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-51093825551333740052013-07-24T23:22:00.001-04:002013-07-24T23:22:05.100-04:00DicotomiaA beleza é estranha para quem já acostumou com a feiúra.<div>A paciência é penosa para quem só sabe o que é impulso.</div><div>O afeto é vergonhoso para quem só viu desprezo.</div><div>A liberdade parece cárcere para quem detém algemas.</div><div>O cheio é exagero nos olhos de quem é vazio.</div><div>O som incomoda os ouvidos de quem é tolhido.</div><div>A luz cega quem é cheio de trevas.</div><div>A sabedoria engana quem se deleita na ignorância.</div><div>A felicidade é inalcançável para quem é tão fugaz.</div><div>O amor é passado para quem não tem futuro.</div><div>A vida não passa de um sopro para quem não agradece o respirar.</div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-14606727050765883782013-01-30T00:50:00.000-04:002013-01-30T00:08:11.050-04:00Espelho<p dir="ltr">          Não tenho espaço na minha confusão. Minha bagunça é área restrita, ninguém entra sem autorização. O emaranhado de ideias, pensamentos e sentimentos, defeitos e virtudes, verdades e mentiras, conceitos e preconceitos, é longo demais para qualquer um desembaraçar. Gosto da mistura, do desarrumado, do inquieto. Me deito no caos. Talvez seja essa a melhor forma de criptografar quem realmente somos. Sou um misto de tudo, um todo de partes; mostro apenas frações do que compõe meu inteiro. É certo que, tantas vezes, faz falta mostrar tudo. Porém, mais falta ainda faz alguém que compreenda.</p>
<p dir="ltr">          As vezes me perco dentro de mim. Tantas vezes os caminhos se confundem e não consigo enxergar plenamente. Faz parte da caminhada, se perder um pouco, pois quem anda sempre reto acaba perdendo o que não estava planejado. É uma via tortuosa a da introspecção, mas necessária para reavaliar quem somos, onde estamos e para onde estamos indo. É importante saber que todos devem conhecer sua própria confusão. Estou em constante mutação, torcendo por evolução. No meu travesseiro escondo meus medos e anseios. No espelho, escolho a melhor face. Nas minhas janelas encontro luz e trevas, e as minhas varandas as vezes não tem chão. Um mudo barulho com silencio gritante. Tenho um cérebro antíteco, deveras paradoxal. Mas mais do que tudo, uma alma inquieta e um coração que insiste em nunca parar de pulsar.</p>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-85356522423079298182013-01-26T12:26:00.001-04:002013-01-26T12:27:03.635-04:00Rise Quando reclamávamos com minha avó sobre ela colocar muito açúcar no café, ela sempre respondia: Meu filho, de amargo já basta a vida. Quando penso nessa frase, não sei muito bem qual a reação certa. Por tantas vezes penso como é verdade isso. A vida, muitas vezes, vem de repente e rouba nossos sabores, cores e razões. Sem avisar, leva tudo, e acordamos num quarto vazio, com os fantasmas do que já foi embora. No peito, a dor de uma saudade que nunca mais poderá ser saciada, de um desejo que não será suprido e um vazio que não irá ser preenchido. Quanta coisa já ficou pra trás até aqui, e quantas mais encontrarão um jeito de fugir?<br />
No entanto, quantas vezes também a vida nos surpreende e nos enche de coisas novas? Chega um dia que acordamos e o quarto está mais uma vez decorado, dessa vez com tudo novo. Encontramos, aqui e ali, novas razões para sorrir, novas tintas para colorir, outros temperos para saborear. O vazio não só é preenchido, mas transborda. A saudade ainda continua ali, em uma parede. Porém, não amarga mais a vida. O nosso maior erro é colocar a nossa felicidade no que é efêmero; no que se pode perder. O açúcar perene do nosso existir só desce do céu, e deve ser nossa busca diária e incessante. Quando finalmente encontramos essa solução, os problemas, as tristezas, as angústias e os dissabores virão sim. Mas quando se forem, não vão mais roubar nosso sono e a nossa felicidade. <br />
Quando caímos, fica difícil de enxergar uma maneira de se levantar. Sabe um segredo que insistimos em esquecer? Sempre há um recomeço. E por mais escondido que ele possa estar, no momento certo, ele nos encontra e a gente se reergue. Para cair de novo, talvez, mas nunca para permanecer no chão.Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-28622075529776743342012-12-23T23:34:00.000-04:002012-12-23T23:34:58.992-04:00A flor e seu menino<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ele
amava sua flor. Amava com todas as forças que alguém poderia amar, uma flor.
Todos os dias, tinha o cuidado de regá-la bem, e deixá-la aproveitar o dia
ensolarado. Ela parecia vibrar a cada raio de sol que alcançava suas delicadas
pétalas, mas, como um belo exemplar de lírio, não podia receber sol a todo o
momento. Então, com muito apreço, ele tratava de criar uma sombra todinha pra
ela. Nos dias de chuva, observava se sua amada não estava sufocada pela água.
Ele amava sua flor.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> Certo
dia, acordou de um pesadelo e correu para fora. Já não estava lá seu precioso
lírio, aquele que tinha custado todo tempo e paciência. A flor que esgotara
suas forças, por quem ele derramou tantas gotas de suor, e fez derramar todo
seu amor. Sua bela flor, a mais bela, foi embora. Mas flores não andam, nem
conseguem se movimentar por conta própria. Percebeu então que outra pessoa
havia tirado-a de seu lugar. Ali, de joelhos em frente ao antigo lugar de seu
lírio, chorou. Chorou por acreditar ter se dobrado tanto em prol daquela flor,
e agora ela partiu, deixando um buraco não só naquele pedaço de terra, mas
também em seu coração. Agora, outro alguém poderia se esbanjar de felicidade
com a flor que ele criou, desde o começo. Chorou por pensar que ela levou
consigo seus maiores esforços para agora alegrar a vida de outro.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> Ainda
em prantos, resolveu andar por outros lugares. Avistou, então, diversos lugares
de sua própria casa que ainda não conhecera muito bem. Descobriu infinitas coisas
a se fazer, novas formas de se ocupar e de encontrar um motivo para sorrir. Aos
poucos, sua flor fora deixando de ser um vazio para se tornar um belo quadro em
sua parede. Daqueles que enchem o lugar de alegria. Um bom quadro de
lembranças. Foi quando, então, sorriu. Sorriu por finalmente entender que sua
flor se fora, mas ele ainda possuía um jardim inteiro a sua volta.</span><o:p></o:p></div>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-40273352342816702052012-12-20T13:20:00.004-04:002012-12-20T13:20:51.683-04:00Tudo novo, de novo.<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Uma
matéria da ‘<i>Super Interessante’</i> certa
vez trouxe o tema das nossas atividades rotineiras. Essa matéria, baseada em
pesquisas científicas, afirmava que o nosso cérebro e corpo passava a efetuar
as atividades costumeiras de forma automática, e isso significava que passamos
a não perceber a realização dessas atividades. Isso explica coisas como não
precisarmos pensar para passar a marcha do carro, ou se dirigir a lugares da
rotina de maneira equivocada e displicente, pelo costume. O mais interessante,
é que esse estudo comprova que são as novas experiências que nos trazem a
sensação de viver.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> Com
isso, é fácil perceber a importância de mudar. O universo inteiro está em uma
constante mutação, todo o ecossistema tende a se alterar e se adaptar. Mas nós,
seres humanos dotados de inteligência, insistimos em estagnar. Temos muito medo
de alterar alguns segmentos de nossa vida, e acabamos nos prendendo ao passado
de maneira prejudicial. Essa necessidade mutatória faz parte da longa caminhada
que é a vida, e se não nos atentarmos para isso, corremos o risco de parar no
tempo. Há quanto tempo não vasculhamos os nossos armários interiores? Eles
sempre estão precisando de limpezas. Tal qual coisas velhas que guardamos em
casa, sem a mínima necessidade, nossa alma permanece com muitas quinquilharias
dispensáveis, ansiando por uma faxina. Pois, quanto mais acumulamos essas
tranqueiras, menos espaços nós temos para novas coisas maravilhosas, que um dia
até podem se tornar dispensáveis, mas no momento fariam toda diferença. Quanto
tempo mais perderemos a sensação de viver em prol de lembranças fúteis?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> A
renovação da alma é uma experiência sensacional, factível e imprescindível. Nos
trás novos sorrisos, afetos, sentimentos, sentidos. Permite-nos viver de forma
completa, sem migalhas. Por que não,
correr com todas as forças para essa transformação? Viver tudo que há para
viver e nos permitir, como já cantava sabiamente Lulu Santos. Pois é quando
deixamos de rememorar que conseguimos comemorar.</span></div>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-11746607720679992292012-10-10T04:45:00.004-04:002012-10-10T11:36:07.923-04:00Sunrise<div style="text-align: justify;">
Abriu a cortina e já era manhã. Os resquícios da noite estavam, enfim, sumindo, e já sentia o cheiro forte do dia preencher seus sentidos. Agora, tudo parecia estar voltando ao seu lugar. É certo que, na noite passada, por tantas vezes sentiu mudar todo o posicionamento do universo. Era como se, de uma vez só, a vida inteira resolvesse se deslocar. Tentava entender essa nova realocação, mas quando estava conseguindo compreender, tudo ia lá e mudava outra vez. Essa dança parecia eterna, e sua cabeça, pequena, já gritava por socorro, desesperada por um auxílio, uma simples gota de entendimento. Questionava os porquês de cada alteração, mas esquecia de extrair suas lições. Por fim, acabou cedendo a tanta pressão e se acomodou, desistiu de se importar com o que acontecia ao seu redor. Decidiu que a vida poderia fazer dela o que bem entendesse, já que não conseguiu explicar as razões de tanta mudança. Essa dança infinita que tanto o intrigava, também aprisionava. É fato que as constantes sempre encontraram uma forma de alterar sua forma, de parar e ir embora. E, mesmo com tantas respostas para essa pergunta, no final nenhuma delas fazia muito sentido. O importante é que elas se foram, e, ao invés de questionar seus motivos, restava agora decidir o que fazer com isso. Foi aí que percebeu que já era dia, e finalmente pôde entender que o sol só vem quando a noite vai.</div>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-6271267936591683742012-09-28T00:01:00.002-04:002012-09-28T01:23:52.184-04:00Mais que palavras<div>
Percebo que as palavras se foram quando a razão de escrevê-las também se foi. Quando não era mais a luz, a graça e a música que me guiavam aqui. Não se escreve com o intelecto, nem com a razão: elas fluem do coração. Palavras juntas sem sentidos são apenas frases no papel. Mas quando colocamos o nosso coração, elas se tornam o reflexo de nossa alma.</div>
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São essas que agora quero dizer, que consigam alcançar os lugares mais sórdidos. Palavras não só com sentido, mas que carregam um presente maior que tudo nessa vida: a própria vida. E é só e somente só por isso que consegui chegar até aqui. Da minha cabeça não saía mais uma única vogal. Todavia, aquele som que tanto falo, perene e suave, novamente encheu meu coração e me deu coragem de mais uma vez soltar os meus próprios retalhos e frestas. De dizer, incessantemente, o quanto esse amor me deu motivos para escrever. Eu, contudo, insisto vez por outra de esquecer dele, de andar com as próprias pernas. Mas, como em todas as outras vezes, inevitavelmente termino caindo.</div>
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Por sorte, ele não se cansa de me encher e dar forças para levantar. Com paciência, me ensina a caminhar outra vez. É esse amor que eu venho tentando falar, com essas palavras que para muitos não possuem nenhum sentido; mas que são capazes de transformar os mais atentos. Quando entendemos tudo isso e nos entregamos por completo, conseguimos demonstrá-lo com muito mais que palavras.<br />
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'te ofereço os meus versos; rasgo minh'alma e me entrego...'</div>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-4996819653037839992011-12-29T02:51:00.002-04:002011-12-29T02:59:46.030-04:00'Lá e de volta outra vez'<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sinto
saudade das tardes de domingo. De sentar no terraço e sentir cheiro da chuva, ouvir
o cantar dos passarinhos, vislumbrar as vivas cores do jardim. Aqueles que
pareciam conter todos os prazeres da vida. Dos longos almoços, as tantas
piadas. As brigas, os risos, o velho pudim. Os planos, os sonhos e até mesmo as
conversas que eu não podia ouvir. Mas esses dias se perderam no caminho, e
levaram nosso tempo, nosso sono, nosso vigor. E nesses dias tão corridos, nessas
segundas e terças e quartas e quintas e sextas e sábados, que mais procuramos,
além de uma velha tarde de domingo?<o:p></o:p></span></div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-17798864150877258412011-12-02T02:50:00.001-04:002011-12-02T13:08:37.435-04:00Um grito mudoAinda me impressiono com os muros que os cristãos são capazes de construir. Na verdade, acho até engraçado quando escuto frases que incentivam uma competição, uma rivalidade entre igrejas. Não se enganem, tem pastores por aí que querem 'tomar' a membresia de outros. Que monopolizam seus membros, que querem impedi-los de fazer a obra sem levantar uma bandeira que não seja a de Cristo. Não falo aqui que sou contra a igreja local, ou o comprometimento com a mesma, longe disso. Incentivo e sou comprometido. Porém, isso não me deixa satisfeito. Sou completamente voltado a ideia de uma congruência, de união. Vejo eventos aí afora e me instigo a ajudar, a participar. E me pergunto: Por que eles tem que fazer tudo sozinhos? Quantas ideias terão de ser sacrificadas para que os pastores enxerguem que só quem perde é o Reino?<br />
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Me entristeço em admitir, mas enquanto nossas visões ministeriais não sofrerem uma mudança radical, a igreja continuará empacada. Olhe para trás e responda: Aonde foi que vocês chegaram nesses últimos 5 anos? Será mesmo que tivemos avanços tão significativos na nossa cidade, nosso estado, no nosso país? Ou será que estamos apenas enxendo bancos de igrejas, onde pessoas sentam buscando seu alimentozinho, procuram alguma saída para problema, escutam palestras motivacionais ou discursos de prosperidade e vitória, algumas profetadas aqui e ali para manter o hábito, e SÓ? Uma realidade dura, sim, porém tão fácil de ser enxergada por quem quiser.<br />
<br />
Essa visão medíocre afunda a cada dia mais nosso propósito maior. A igreja deveria ser um hospital, não? Deveria ser uma família unida buscando suportar uns aos outros. Mas, se há rivalidade com o próximo, como sustentaremos essa ideia? Sei que não sou o exemplo perfeito, reconheço minhas falhas e defeitos. Mas isso não anula todos os defeitos que alego. Pessoas morrem de fome de um lado do muro. Do outro lado, temos luxo desnecessário. Até quando? Até quando...Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-90006062379939768362011-10-03T17:43:00.000-04:002011-10-03T17:43:06.633-04:00DepassagemCaminhos que se cruzam não formam um caminho só. As vezes se batem, se encontram, se juntam, mas seus destinos nunca foram o mesmo. Se desvencilham num piscar de olhos e, olha lá, já se bateram de novo. Com seus bêbados e errantes a vagar, ludibriados pela ilusão da trilha, acreditam estar no passo certo. Mas que engano, não? Não sabem estes que as veredas da vida, na verdade, nunca têm um exato ponto final. Ou, no mínimo, não obedecem-no. Mas, como infantes que não temem o destino, nos pusemos a vagar por essas tortuosas vias, visando um fim mais iluminado. Começamos a bradar os júbilos dos novos passos, e as miragens do porvir. Mas, num instante, a fumaça se esvai, e junto dela a esperança. Não tardamos, então, em encontrar novos regozijos, como mães que sempre esperam o melhor do filho. Mas os caminhos nunca são claros nem honestos. Eles sempre se cruzam, se batem e se juntam, mas nunca formam um caminho só, nem um destino certo.Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-70787235199608558612011-09-28T01:38:00.001-04:002011-09-28T01:38:17.754-04:00Folha em brancoTenho me preocupado comigo mesmo ultimamente, e por isso vai um texto desabafo, uma modalidade que eu particularmente odeio. Não gosto pois não concebo esse espaço como um diário, e sim como expressão de inspiração, ideias, princípios. Porém, não tenho mais conseguido alcançar isso. Sempre que penso em escrever, é sobre algo sério como filosofia política, jurídica, psicologia, sociologia, economia. E acho que toda essa racionalidade tem me deixado menos inspirado. Porque escrever não é fruto da racionalidade, e sim da emoção! A arte da escrita provém da alma, e não desse cérebro tedioso e pedante. E o que anda acontecendo com aquelas epifanias que insistiam em aparecer vez por outra? Onde foi parar minhas fontes de inspiração que cediam um subsídio incontável para textos e mais textos? E aquelas ideias tão boas que tornavam-se em metáforas interessantes? Tudo isso ficou em algum lugar do caminho, e não vejo migalhas até lá.Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-59859969955949728762011-09-12T15:43:00.000-04:002011-09-12T15:43:21.905-04:00O Direito Imprevisível<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
No direito, tudo é relativo. Não
só no que diz respeito à interpretações legislativas ou correntes doutrinárias.
Até mesmo conceito de Direito é relativo. Portanto, para que haja um
aprofundamento do saber jurídico, é preciso antes se despregar do conceito de ‘verdade
absoluta’, pois ele vai totalmente de encontro com o estudo do direito.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Muito embora alguns juristas
busquem encontrar verdades incontestáveis, seguindo uma filosofia um tanto
quanto socrática, não há como entender o direito dessa forma. Se tratando de
pura ciência social, o direito é matéria intrinsecamente subjetiva, tendo sua
objetividade apenas em sua sistematização e teorização. Não há como se obter
resultados concretos, nem como se fazer testes em laboratórios, pois o
resultado é totalmente imprevisível. Toda a teoria jurídica está sujeita à
reformas e contestações, não havendo um pensamento sequer que não possa ser
contestado. Trata-se de uma ciência em constante metamorfose, onde o próprio
entender de Direito é refutado de acordo com os aspectos sociológicos e
históricos do período vivido. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Destarte, para realmente obtermos
êxito no conhecimento jurídico, precisamos entender que nossas ideias e
formulações não são absolutas, e que estão suscetíveis à mudanças. Há todo um
leque de aspectos que influenciam nas teorias jurídicas, e não podemos
simplesmente dar as costas para tais. A verdade, a justiça, a moral e a ética
são conceitos contestáveis. E muito!</div>
Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-950263057243895722011-05-07T01:38:00.000-04:002011-12-29T03:00:10.085-04:00Sons da Graça<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"> Quando as formas se perdem, e as cores não brilham mais; quando a fé, a inspiração, e os últimos suspiros se vão; quando os sentidos, os pensamentos e a razão se perdem no meio do caminho; quando o vazio e o escuro dominam cada ponto. E quando não há mais uma saída; algo nos chama. Uma música, um som, uma melodia. Tão intensa e perene, que seria impossível não se maravilhar. Não se sabe bem ao certo de onde vem, mas preenche, e reaviva. Faz crescer o verde, e não retoma nada do que fora perdido, e sim, cria novas formas, outras cores, melhores pensamentos e sentidos. Lava-nos e dá forças novamente. De repente, quando não se via mais alternativas, abrem-se novas portas, novas direções. A dúvida se torna certa. A confusão vira paz. E tudo que era velho e mal se transforma em novas vestes, limpas e puras. Essa música infindável está para todos que desejam escutá-la, mas o barulho alheio vai diminuindo cada vez mais a sua altura, e nos confunde, com outras canções, outras ideias. Mas ainda pode ser ouvida, se prestarmos atenção. Ela não para de tocar, jamais, nem se nega a entrar naqueles que a procuram.</span>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-87375703868561470852011-04-20T10:56:00.000-04:002011-04-20T10:56:49.640-04:00MM Canto para quem estiver a<br />
escutar.<br />
Tornando-os assim testemunhas<br />
do que digo.<br />
Não por vaidade vã ou mero<br />
pedantismo,<br />
Mas por necessidade intrínseca do <br />
meu ser.<br />
<br />
Canto alguma qualquer que me<br />
vier chamar,<br />
Algo que lembre, de longe, o que<br />
sou por essência.<br />
Mas tais palavras não são escolhidas<br />
por mim,<br />
Eu quem sou selecionado por<br />
elas.<br />
<br />
Canto alto a minha felicidade<br />
pois,<br />
Embora o sono da inveja e da cobiça <br />
seja leve,<br />
Minha defesa me protegerá de seus<br />
dissabores,<br />
E meu escudo me guardará de suas<br />
investidas.<br />
<br />
<br />
<br />
<strong>Pois a felicidade nossa deve ser cantada, e ouvida, dos quatro cantos do Mundo.</strong>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-83006197542317078142011-04-11T11:47:00.001-04:002011-04-11T11:50:10.879-04:00Efeito Realengo<div class="MsoNormal"> As pessoas andam muito abaladas com a tragédia recente que aconteceu no Rio. Muito anda se falando, no Brasil e no mundo, sobre a fatídica chacina que ocorreu com aqueles ‘brasileirinhos’, como foram comoventemente nominados pela nossa Presidente. Me fez lembrar as cruzadas, a palestina, e tantas outras situações históricas em que Deus foi razão, e desculpa, para massacres. Não compreendo o que faz um ser humano entrar em uma escola e aniquilar crianças. Talvez ele já tivesse perdido o ‘humano’ há tanto tempo.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"> Mas o que quero tratar corre por outro flanco. Antes de tudo, quero deixar claro que isso me abalou muito, chorei ao ver imagens das crianças ao chão e como se deu aquilo tudo. Só que, sendo escritor, não só me apetece, mas também se faz uma necessidade a de gritar por algo a mais: De que vale uma alma em prantos, e um corpo inerte? Ora, por mais estrondoso que tenha sido, quantas outras carnificinas acontecem todos os dias mundo afora? Quantas crianças são submetidas ao crime, à prostituição, à escravatura, para satisfazer o nosso sistema? Quantos filhos não são estuprados, mortos, pelos próprios pais e familiares? Quantos bebês são trocados na maternidade, quantas crianças estão hoje com tantos filhos para cuidar, quando não tiveram nem tem ninguém para cuidar delas? Quantas pessoas estão nas ruas sem ter o que comer, onde dormir, e nem mesmo sol ilumina um palmo às suas frentes... A depravação e a deturpação dos princípios e essências que nos tornam humanos já não nos causam mais espanto. Diariamente, nos acostumamos com isso tudo, e permanecemos inativos. Em casos como esses jogadores vão ao estádio e levam placas, as pessoas se comovem, os jornais se atolam de notícias. Mas em uma semana, tudo voltará aos conformes, e a Jessica, a Mariana e os demais, também serão levados pelo esquecimento, assim como ninguém mais nem lembra onde fica o Japão. </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"> Será que ninguém percebe como está cada vez menor a distância de uma tragédia e outra? Katrina, Indonésia, Haiti, Região Serrana Carioca, Japão, Oriente Médio, 11 de setembro, Palestina, Afeganistão, Irã, Líbia, Egito, Jean Charles, Complexo do Alemão, Londres, PL 122... O mundo está se consumindo, e nós, míseras criaturas, vamos com ele, pois no espelho não vemos mais aquilo que nos tornava humanos. Perdemos toda a imagem e semelhança de nosso criador. Um minuto de silêncio? Preciso de uma hora de muito barulho.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><b>“Mas nos deram espelhos, e vimos um mundo doente” (Renato Russo)</b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><b>“As pessoas que se enrolam nos jornais não são mais notícia” (Nenhum de Nós)</b></div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-38542934983023495982011-04-08T00:12:00.001-04:002011-04-08T00:16:34.710-04:00Passárgada<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 13.5pt;"> Vou embora dessa terra. Desse mundo de pernas pro ar. De um lugar que só encontramos desgostos. De pessoas que nos decepcionam. Vou para um lugar só meu. Ser Rei, Bedel e Juiz, e fazer jus àquele trecho... Quero um cenário justo, íntegro. Transformar os dissabores em novos sabores, cheio de gostos para nos fazer gosto. Quero um lugar mais belo e mais alto. Quero ar, água, terra e fogo. Quero som! Um som tão intenso, capaz de reger todos os ciclos existentes. Uma melodia doce que nunca vai parar de tocar. Onde poderemos voar e voar, como é da nossa essência. Deus nos fez para voar, mas poucos conseguem tirar os pés do chão. Cada dia mais se enchem com tantas imundícies que ficam pesados demais para alçar voo. <o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 36.0pt;"><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 13.5pt;">Acima de tudo, quero eu mesmo e mais ninguém, e ir para lá sempre que precisar fugir. E quando um dia, isso não for mais preciso, desejo que outro alguém encontre esse lugar, e ali possa curar-se assim como eu. Que possa preencher sua alma, e que saia transbordando. Quero um lugar que não fica nesse mundo, e em mundo nenhum, somente na imaginação de quem ainda é capaz de imaginar.<o:p></o:p></span></div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-76812049821277327452011-04-03T23:01:00.005-04:002011-04-04T10:26:19.427-04:00Pra você ;D<div class="MsoNormal"><span lang="EN-US"> </span>Meus dias se passam na velocidade dos meus pensamentos. Com eles, se vão fragmentos meus, pedacinhos que cada vez mais se perdem no meio desse furacão. Perco-me todos os dias, perdendo então peças-chave no meu enorme quebra-cabeça. Desfiguro-me quase que completo, sem deixar que a essência seja abalada. Mesmo assim, meu eu evolui a cada dia, tornando o tempo e suas armas, minha forma de crescer e me aprimorar. Faço dele meu ourives, e sendo pedra em suas mãos, me lapido para alcançar a forma perfeita, que se destacará perante as demais. Deixo-me ser alterado, deformado e retalhado, sabendo que são necessárias para meu aperfeiçoamento, e confiando que para cada parte minha que vai, surgirá uma nova, mais perfeita e brilhante, para me completar novamente. Pois cada dia que se finda é uma nova vida que surge.</div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-86443559560746896972011-04-03T14:09:00.001-04:002011-04-03T14:20:01.190-04:00Acelerou<span lang="EN-US" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"> Penso que que pode ser errado. Penso mais uma vez. De repente, penso que tudo pode dar certo, que vai acontecer, que é real. Mas se paro pra pensar um pouco, vem aquele pensamento de que pode nunca sair do papel. Se penso demais, isso me assusta. Se simplesmente não penso, me assusto também. Me pego pensando, sem mais, nem porquê. Como fugir? Mas não quero fugir. Não, não. Eu quero ir, preciso ir. Mas não depende só de mim e dos meus pensamentos. Até tentaria pensar sozinho, mas sei que seria em vão. Será que existe um pensamento que vem ao encontro do meu? Será que há uma sintonia, um pensamento conjunto, uma ideia e um objetivo congruentes? Não sei. Mas estou indo...</span><br />
<span lang="EN-US" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br />
</span><br />
<span lang="EN-US" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br />
</span><br />
<span lang="EN-US" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><b>'O que você está dizendo, o que você está fazendo, por que é que está fazendo assim?'</b></span>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-84737387215367717622011-03-19T00:56:00.000-04:002011-03-19T00:56:12.710-04:00Libertas Quæ Sera Tamen<div class="MsoNormal"> O que é a liberdade? Um sentimento que sentimos nas tardes de domingo, ou uma emoção que, vez em quando, nos bate? Ou será que poderia ser um estado de espírito? Talvez todas as alternativas, mas também, um modo de viver. Uma escolha que devemos fazer. Ora, é certo que, pela nossa própria natureza, procuramos a liberdade. Fomos criados para ser livres. Mas, quase que sempre, não entendemos toda sua profundidade, e acabamos nos acostumando em águas rasas, à migalhas e fragmentos de uma vida livre.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Cada vez mais, então, vamos tendo menos, até que um dia ela simplesmente se acaba e terminamos enjaulados outra vez, e aprendemos a gostar disso. Afundamos-nos nessa prisão, e em certo ponto, a prisão passa a ser a nossa liberdade. Quando confundimos a jaula com o campo, estamos exatamente no lugar inverso de onde deveríamos nos encontrar. Como podemos nos acostumar com a caverna? Como não querer encontrar a luz? Todo nosso corpo, mente e alma clamam por liberdade. Toda nossa essência está em ser livre.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas não nascemos livres. Não, não. A liberdade, desde sempre, se demonstrou como algo a ser conquistado. Não virá em uma bandeja, ou cardápio para que se possa escolher a que melhor se encaixa, nem devemos acreditar em tais. Para ser livre, é necessário antes, se libertar, e isso custa um alto preço. É preciso ter disposição, e querer realmente. E acima de tudo, acreditar. Como um pássaro que voa pela primeira vez, precisamos bater as asas e acreditar no nosso vôo. Não podemos nos prender a nada no chão, simplesmente visar o céu. E, enfim, voar.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><i><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">“Ser feliz é, essencialmente, ser livre” (Pr. Estevam Fernandes)</span></i>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-9016831567292706212011-01-31T04:09:00.000-04:002011-01-31T04:09:25.371-04:00Ensaio nº 1<div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">No vazio do meu longo silêncio, <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Quero afogar minha morte certa,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">E deixar para trás tudo aquilo que me prendera,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">E olhar para frente como mais uma quimera.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Pensar que para mim ainda há vida,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Pensar que para vida ainda há chance,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">E que para toda chance que há de vir,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Haja alguma vida ali com ela.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Desisto, então, de ser mais um poeta amargurado,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">De vender minha tristeza para transmitir profundidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Pois se não há felicidade no mundo,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Que tenha ao menos a sua própria ideia. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">E mais, e tanto, e sempre,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Acreditar piamente que saí daquela cela.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">Sentir o cheiro da liberdade,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;">E incessantemente deitar nos braços dela.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;"><i><b>Pois não há mais como seguir,<o:p></o:p></b></i></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;"><i><b>Se não se acredita mais.</b></i><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 13.0pt;"><span style="mso-tab-count: 7;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Yago Renan Licarião.<o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-80514774477477427292011-01-23T19:58:00.001-04:002011-04-03T02:33:28.642-04:00LatrocínioA vida levou meus sentidos. Levou consigo, todas as minhas cores e minhas formas. Tomou para si os meus desenhos, os meus projetos. Despudorada, roubou meus dias, minhas ideias e minhas convicções. Meus pensamentos se foram como consequência dos suspiros afanados, e das lembranças esquecidas. Impiedosamente, pegou meus sentimentos e a minha fé, e os jogou em águas inavegáveis. Posto que não me sobrasse mais muita coisa, matou também a minha juventude e a minha esperança. E para finalizar, estuprou meu amor e amordaçou a minha alma.<br />
<br />
Sobra, então, a memória de dias que nunca vivi, de pessoas que não conheci, e de canções que nunca ouvi. Retalhos da vida alheia, pedaços de outrem, formando um misto de som e fúria em um corpo lacerado.<br />
<br />
A vida levou meus sentidos, e com ela, todo o sentido da vida.Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1340216984163931886.post-69285402449874014262011-01-05T00:41:00.001-04:002011-01-05T00:41:07.937-04:00‘...it’s all right.’<span xmlns=''><p> Um feixe de luz que entra de viés pela janela distante, parece ser a tão sonhada esperança. Embora pequena, aquela luzinha tão longe parece ter acendido toda uma chama no interior daquele corpo; ter reativado um coração que já havia cansado de tanto bater em vão. Levantou-se de um pulo, e colocou todas as suas forças naquele percurso, mas a sensação era de não conseguir sair do lugar. E quanto mais se esforçava, maior parecia aquele trajeto. Uma luta pela liberdade valeria a pena para gastar todas as energias que ainda restavam. Correu, mas as portas se fechavam ao mero sentir da sua presença. As abria com o único fôlego que sobrara, e desviava os obstáculos repentinos. Mas aquela escuridão parecia esmagar qualquer sopro de vida da sua alma. Seu corpo sucumbia, mas a ideia fixa de se libertar daquelas trevas que só traziam angústia e agonia, a fazia caminhar. <br /></p><p> Após tanto tormento, sua vitória a esperava. Pois detrás daquela janelinha, por onde entrava um pedacinho tão discreto de luz, estava um sol quente e radiante para fazer queimar sua alma novamente. Uma luz tão forte, que bastava somente aquele feixezinho para reacender uma fogueira há muito esquecida. Uma luz de avivamento em um mórbido coração.</p></span>Yago Licariãohttp://www.blogger.com/profile/12637701859456602109noreply@blogger.com1