Apenas uma fresta, estreitinha, pode te levar ao infinito. E apenas de retalhos pode ser feito um coração.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ensaio nº 1
domingo, 23 de janeiro de 2011
Latrocínio
Sobra, então, a memória de dias que nunca vivi, de pessoas que não conheci, e de canções que nunca ouvi. Retalhos da vida alheia, pedaços de outrem, formando um misto de som e fúria em um corpo lacerado.
A vida levou meus sentidos, e com ela, todo o sentido da vida.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
‘...it’s all right.’
Um feixe de luz que entra de viés pela janela distante, parece ser a tão sonhada esperança. Embora pequena, aquela luzinha tão longe parece ter acendido toda uma chama no interior daquele corpo; ter reativado um coração que já havia cansado de tanto bater em vão. Levantou-se de um pulo, e colocou todas as suas forças naquele percurso, mas a sensação era de não conseguir sair do lugar. E quanto mais se esforçava, maior parecia aquele trajeto. Uma luta pela liberdade valeria a pena para gastar todas as energias que ainda restavam. Correu, mas as portas se fechavam ao mero sentir da sua presença. As abria com o único fôlego que sobrara, e desviava os obstáculos repentinos. Mas aquela escuridão parecia esmagar qualquer sopro de vida da sua alma. Seu corpo sucumbia, mas a ideia fixa de se libertar daquelas trevas que só traziam angústia e agonia, a fazia caminhar.
Após tanto tormento, sua vitória a esperava. Pois detrás daquela janelinha, por onde entrava um pedacinho tão discreto de luz, estava um sol quente e radiante para fazer queimar sua alma novamente. Uma luz tão forte, que bastava somente aquele feixezinho para reacender uma fogueira há muito esquecida. Uma luz de avivamento em um mórbido coração.