sábado, 19 de março de 2011

Libertas Quæ Sera Tamen

                 O que é a liberdade? Um sentimento que sentimos nas tardes de domingo, ou uma emoção que, vez em quando, nos bate? Ou será que poderia ser um estado de espírito? Talvez todas as alternativas, mas também, um modo de viver. Uma escolha que devemos fazer. Ora, é certo que, pela nossa própria natureza, procuramos a liberdade. Fomos criados para ser livres. Mas, quase que sempre, não entendemos toda sua profundidade, e acabamos nos acostumando em águas rasas, à migalhas e fragmentos de uma vida livre.
                Cada vez mais, então, vamos tendo menos, até que um dia ela simplesmente se acaba e terminamos enjaulados outra vez, e aprendemos a gostar disso. Afundamos-nos nessa prisão, e em certo ponto, a prisão passa a ser a nossa liberdade. Quando confundimos a jaula com o campo, estamos exatamente no lugar inverso de onde deveríamos nos encontrar. Como podemos nos acostumar com a caverna? Como não querer encontrar a luz? Todo nosso corpo, mente e alma clamam por liberdade. Toda nossa essência está em ser livre.
                Mas não nascemos livres. Não, não. A liberdade, desde sempre, se demonstrou como algo a ser conquistado. Não virá em uma bandeja, ou cardápio para que se possa escolher a que melhor se encaixa, nem devemos acreditar em tais. Para ser livre, é necessário antes, se libertar, e isso custa um alto preço. É preciso ter disposição, e querer realmente. E acima de tudo, acreditar. Como um pássaro que voa pela primeira vez, precisamos bater as asas e acreditar no nosso vôo. Não podemos nos prender a nada no chão, simplesmente visar o céu. E, enfim, voar.

“Ser feliz é, essencialmente, ser livre” (Pr. Estevam Fernandes)