terça-feira, 23 de março de 2010

"De uns tempos pra cá..."


Constantemente prometemos à Deus o nosso amor eterno, o nosso compromisso. Entregamos nas suas mãos o rumo de nossas vidas, os nossos sonhos, os nossos planos, nossa mais perfeita adoração. Mas será mesmo que podemos ser considerados adoradores em espírito e em verdade? Nos orgulhamos das obras bem feitas e dos nossos ministério lotados, cultos de casa cheia, espetáculos de dança e teatro, mostramos que temos uma igreja moderna, que tem um programa na tv, que atua na internet. Compramos uma iluminação espetacular e montamos uma banda com músicos de primeira linha. Ensaiamos para apresentar todo o nosso talento. Mas onde entra a adoração nisso?

A cada dia que passa nossas igrejas se enchem de pessoas, o evangelho é difundido por todos os meios de comunicação que existem, e isso só nos transforma em pessoas que não conhecem um pingo do que é a glória de Deus. Pessoas que na verdade nunca sequer tiveram um encontro real com Cristo ou reconhecem-no como seu único salvador e mediador entre os homens. E o mais horrendo é ver que os que menos conhecem à Deus ocupam os mais altos cargos eclesiásticos. Na verdade, a igreja tem se tornado um palco, um show de talentos, onde podemos exibir todos os nossos dons. Esquecemos o que é o significado de um culto. Vamos à igreja aos domingos num ato religioso, e lá assistimos o que ela tem a nos oferecer. Retemos o que nos é agradável e saímos alegres porque aquilo nos preencheu. Aonde está a parte em que devemos prestar culto ao Senhor?

Perdemos o respeito, à reverência, tratamos a Deus como se fosse alguém como a gente. Nos julgamos deuses, que tem a sua disposição algo que está ali pra nos dar tudo que nós queremos. Não sabemos nem o que é melhor para nós, quanto mais pedir por algo. Nossa presunção já alcançou os mais altos limites, e podemos tratar o evangelho da forma que queremos. Com toda a nossa inteligência e sabedoria, alteramos a bíblia para aquilo que nos parece certo. Nossos seminários estão lotados da alta sociedade do cristianismo, a massa pensante, que determina o que é e o que não é certo.

E junto de tudo isso, amordaçamos toda a ação do espírito santo que deveria estar bem aceso dentro de nós. Sua chama, já cansada, clama pela nossa atenção. O espírito do Deus vivo está dentro de nós, e nem mesmo isso é motivo para que nós tratemos o nosso corpo da forma correta. Templos do espírito santo que nada, somos templos de nós mesmos, corpos que apenas nos exaltam. Quem precisa de Deus, não é mesmo? Ah, mas nós precisamos. Quando nossas condições financeiras se apertam. Quando as coisas não dão certo. Quando perdemos o emprego e vamos lá pra frente se ajoelhar pro pastor nos abençoar. Nós precisamos de Deus quando nos é conveniente, e isso meu irmão não é o que Deus sonhou para o nosso relacionamento com Ele. Não entendemos o agir de Deus nas nossas vidas, mas desde quando nós somos fiéis com Ele para que possamos pedir ou reclamar de algo? Nós queremos a graça, mas a justiça não. A justiça é pesada demais. Mas eu sou líder de um ministério na igreja, eu canto no coral, eu opero milagres e expulso demônios. Deus vai me abençoar por causa disso, certo? Errado! Ele vai te jogar no deserto, te tirará tudo, nu ficarás, e será que assim você continua sendo o crente exemplar que você era?

Fariseus contemporâneos é o que somos, e somente quando aprendermos a entender realmente o significado de aceitar a Cristo e o significado da Cruz poderemos nos tornar cristãos convictos. Cristãos, livres de qualquer denominação, livres de qualquer religião. Poderemos nos encher da glória de Deus, partilharemos de tudo o que Ele tem de bom para nós, e aí sim, estaremos firmes e da rocha nunca mais sairemos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Cruzada

Se você é um cristão, ou ao menos já frenquentou poucos cultos ou missas, com certeza já ouviu a expressão “carregar sua cruz”. Frequentemente é usada essa metáfora em relação a cruz que cristo carregou, para mostrar que nós todos temos que enfrentar muitas coisas para chegar até a plenitude.

Não sei como nem qual é a sua cruz ultimamente, mas eu tenho certeza de que ela não é de papelão nem de isopôr. Sei que ela está pesando bastante, e que sempre que parece que finalmente estamos conseguindo carregá-la, algo nos faz tropeçar de novo. Sei também que você já pensou tantas e tantas vezes em desistir, e que pensou também que não era capaz. A cruz, a medida que caminhamos, vai ficando cada vez mais pesada, e nossa humanidade não suporta tanto peso nas costas, e com isso o sentimento de humilhação, de auto-desprezo e de angústia batem, e a gente pensa que não dá mais .

Mas sei também que sempre que isso acontece, vem alguém dividir o peso com você. Alguém que entende o peso daquilo, e que você precisa de ajuda pra chegar lá. Alguém que muitas vezes nós recusamos o auxílio e pensamos poder sozinhos, que rejeitamos e viramos as costas. Até que, mais na frente, nós caímos e humilhados clamamos por sua ajuda novamente. E mesmo que nós por muitas vezes só lembremos dele quando estamos no fundo do poço, ele nunca negou, e nunca negará, amparo.

 

 

“E ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo estará contigo…”