sábado, 7 de maio de 2011

Sons da Graça

                        Quando as formas se perdem, e as cores não brilham mais; quando a fé, a inspiração, e os últimos suspiros se vão; quando os sentidos, os pensamentos e a razão se perdem no meio do caminho; quando o vazio e o escuro dominam cada ponto. E quando não há mais uma saída; algo nos chama. Uma música, um som, uma melodia. Tão intensa e perene, que seria impossível não se maravilhar. Não se sabe bem ao certo de onde vem, mas preenche, e reaviva. Faz crescer o verde, e não retoma nada do que fora perdido, e sim, cria novas formas, outras cores, melhores pensamentos e sentidos. Lava-nos e dá forças novamente. De repente, quando não se via mais alternativas, abrem-se novas portas, novas direções. A dúvida se torna certa. A confusão vira paz. E tudo que era velho e mal se transforma em novas vestes, limpas e puras. Essa música infindável está para todos que desejam escutá-la, mas o barulho alheio vai diminuindo cada vez mais a sua altura, e nos confunde, com outras canções, outras ideias. Mas ainda pode ser ouvida, se prestarmos atenção. Ela não para de tocar, jamais, nem se nega a entrar naqueles que a procuram.