Uma
matéria da ‘Super Interessante’ certa
vez trouxe o tema das nossas atividades rotineiras. Essa matéria, baseada em
pesquisas científicas, afirmava que o nosso cérebro e corpo passava a efetuar
as atividades costumeiras de forma automática, e isso significava que passamos
a não perceber a realização dessas atividades. Isso explica coisas como não
precisarmos pensar para passar a marcha do carro, ou se dirigir a lugares da
rotina de maneira equivocada e displicente, pelo costume. O mais interessante,
é que esse estudo comprova que são as novas experiências que nos trazem a
sensação de viver.
Com
isso, é fácil perceber a importância de mudar. O universo inteiro está em uma
constante mutação, todo o ecossistema tende a se alterar e se adaptar. Mas nós,
seres humanos dotados de inteligência, insistimos em estagnar. Temos muito medo
de alterar alguns segmentos de nossa vida, e acabamos nos prendendo ao passado
de maneira prejudicial. Essa necessidade mutatória faz parte da longa caminhada
que é a vida, e se não nos atentarmos para isso, corremos o risco de parar no
tempo. Há quanto tempo não vasculhamos os nossos armários interiores? Eles
sempre estão precisando de limpezas. Tal qual coisas velhas que guardamos em
casa, sem a mínima necessidade, nossa alma permanece com muitas quinquilharias
dispensáveis, ansiando por uma faxina. Pois, quanto mais acumulamos essas
tranqueiras, menos espaços nós temos para novas coisas maravilhosas, que um dia
até podem se tornar dispensáveis, mas no momento fariam toda diferença. Quanto
tempo mais perderemos a sensação de viver em prol de lembranças fúteis?
A
renovação da alma é uma experiência sensacional, factível e imprescindível. Nos
trás novos sorrisos, afetos, sentimentos, sentidos. Permite-nos viver de forma
completa, sem migalhas. Por que não,
correr com todas as forças para essa transformação? Viver tudo que há para
viver e nos permitir, como já cantava sabiamente Lulu Santos. Pois é quando
deixamos de rememorar que conseguimos comemorar.
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