segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Por Enquanto

             Um passageiro. Estranho, diferente, escanteado. Um grito mudo, em meio à uma multidão. Há quem possa escutar? Se nem ao menos conseguiam vê-lo. Não, não. Só vemos aquilo que nos é conveniente, tornando o que não é, completamente invisível. De que adianta agonizar, chorar, suplicar? A ajuda nunca chegaria. Em meio à tanta indiferença, há esperança? Talvez fosse a hora de lembrar das palavras daqueles poetas. Cheios de amor e esperança. Cheios de um espírito de mudança, de renovação. Cheios de ilusão. É melhor uma felicidade iludida, ou uma tristeza racional? Não estava certo da resposta, nem mesmo queria estar. Por que se esforçar tanto? A idéia central é de um jogo perdido. Um 3x0 no primeiro tempo. Será que já acabou? Pode ser só o começo. Como diferenciar o fim e o início? São todos tão parecidos. A única certeza que tinha era que não pertencia àquele lugar. Deve ser de outra terra, de outro planeta. Ou não pertencia à canto nenhum. Não cabia ali, e nem nunca caberia. Ou nos amoldamos, ou não somos aceitos, e com certeza isso feria seus ideais. Se é que ainda vale a pena lutar por eles. Não era infelicidade, era simplesmente um sentimento estranho. Quem de nós sabe diferenciar sentimentos? Não sei dizer, mas acho que estamos indo de volta pra casa.

Um comentário:

  1. Gostei do texto anterior, principalmente pela citação de Yancey, uma das minhas preferidas. A graça de Deus é linda. Tenho certeza que você voltará ao que disseram os discípulos dois milênios atrás: "Senhor, que faremos? Só tu tens as palavras de vida eterna". De fato, não há outro lugar para onde ir.

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